Os Reais Discípulos do Buda

 

Lá estavam oitenta mil Bodhisattvas Mahasattvas[1], todos irreversivelmente estabelecidos no Anuttara-Samyak-Sambodhi[2]. Todos haviam obtido Dharanis[3], a eloqüência e o deleite na palavra, e girado a irreversível roda da Lei. Eles haviam feito oferecimentos para ilimitadas centenas de milhares de Budas e, na presença daqueles Budas, haviam plantado as raízes da virtude. Eles recebiam constantemente elogios daqueles Budas. Eles aplicaram-se na compaixão e eram bem capacitados a penetrar a sabedoria dos Budas. Eles haviam penetrado a grande sabedoria e alcançado a outra margem. Suas reputações repercutiam através de ilimitados reinos de mundos, abarcando incontáveis centenas de milhares de seres viventes[4].

 


[1] Em Pali, Bodhisattva significa um ser que aspira pelo estado de Buda ou pela iluminação. Um Mahasattva é um Bodhisattva do Grande Veículo, do ensino Mahayana Verdadeiro ou Sutra de Lótus.

[2] Suprema e Perfeita Iluminação (anuttara-samyak-sambodhi).

[3] Dharanis são mantras extensos. A raiz man significa “pensar”, enquanto o sufixo tra exprime um instrumento, um recurso de acionamento. “Através da meditação profunda (samadhi), adquire-se uma verdade; através do dharani, ela é fixada e retida na memória”.

 

[4] Esta é a primeira referência que aparece no sutra de que os Bodhisattvas e Mahasattvas presentes na cena da iluminação recente do Buda (na Índia) são, na verdade, seus reais discípulos desde o remoto passado. Caso contrário, como poderiam ter acumulado tantos méritos?

Extraído de CAP. 01: INTRODUÇÃO

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Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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