Em ‘Ciência Humana’
A ciência humana ocupa-se com a observação e compreensão dos dharmas (fenômenos), os quais são essencialmente impermanentes e transitórios. Ademais, toda a sua lógica, desde os princípios mais elementares, baseia-se na discriminação e na diferenciação daquilo que se entende como matéria e forças, portanto é uma ciência do ´é´ ou ´não é´, brutalmente apegada às marcas da existência ou não dos fenômenos que ela mal compreende. Patina sobre si mesma.
A substância do prajna da marca real é sem a menor desigualdade.
Sutra Diamante – Capítulo 3 – A Doutrina Ortodoxa do Grande Veículo.
Falemos sobre a Sabedoria (Prajna). Como citado anteriormente:
Há Três Tipos de Prajna (Sabedoria): a prajna literária; a prajna contemplativa, e a prajna da marca real. A prajna literária se refere ao Sutra. Com a prajna literária você pode dar origem à prajna contemplativa, que por seu turno habilita alguém a penetrar a prajna da marca real. Marca Real é nenhuma marca, mas não é sem marcas. Não é marca e nem sem marcas.
Sutra Diamante – Capítulo 13 – Receber e Manter o Dharma Assim – Explanações do Venerável Mestre Hsüan Hua.
Prajna Literária, a Contemplativa, e a Marca Real
Sutra:
Como ela deveria ser explicada para outros? Sem apego às marcas: assim, assim, imóvel. E por quê?
Todos os dharmas condicionados
são como sonhos, ilusões, bolhas, sombras,
como gotas de orvalho e um lampejo:
contemple-os assim.
Comentário:
Explicá-los extensivamente para outros refere-se à prajna literária. Sem apego às marcas refere-se à prajna contemplativa. Assim, assim, imóvel refere-se à prajna da marca real. A prajna foi discutida no início do sutra, e no fim o texto novamente faz referência à prajna.
Quando você explica um sutra para outros, você não deve apegar-se às marcas. Você não deve pensar: “Eu estou ganhando um bocado de mérito e virtude ao explicar esse verso de quatro linhas para eles”. Embora você esteja certo que seu mérito e virtude são grandes, você não deve nutrir uma marca do seu tamanho. Se o fizer, você adere às marcas e torna-se apegado a elas. Se você for capaz de evitar a adesão às marcas, então o existente é como se não-existente, e o real é como se fosse vazio. Basicamente, alguém com virtude da Via é como se fosse destituído da virtude da Via. Uma pessoa verdadeiramente educada é como se fosse destituída de educação. Isso significa que em todas as ocasiões, em todos os lugares, você deve estar livre da marca de um ‘eu’.
Assim, Assim, Imóvel é a prajna da marca real. É a verdadeira, real sabedoria. Através do princípio da talidade pode-se compreender a sabedoria da talidade, e com a sabedoria da talidade, pode-se compreender o princípio da talidade. Não há dharma que não seja assim: isso é a prajna da marca real.
O Verso Adamantino
E por quê? Por que se necessita da prajna literária, da contemplativa, e da marca real? O Buda Shakyamuni falou um verso de quatro linhas que aqueles que estudam o Sutra Diamante devem recitar regularmente:
Todos os Dharmas Condicionados,
São Como Sonhos, Ilusões, Bolhas, Sombras,
Como Gotas de Orvalho e um Lampejo:
Contemple-os assim.
Tudo é dharma condicionado. Comer, vestir, caminhar, parar, sentar, reclinar, tocar um negócio – todas as atividades são dharmas condicionados. Aqueles são exemplos de dharmas condicionados externos. Há também os Cinco Skandhas: forma, sentimento, pensamento, atividades, e consciência; os quais são dharmas condicionados. Os quatro elementos principais: terra, água, fogo e ar são dharmas condicionados. As seis raízes, as seis poeiras, os doze lugares, e os dezoito reinos são todos dharmas condicionados. Todos esses dharmas, quer sejam externos ou internos, são como sonhos, ilusões, bolhas, sombras.
Sutra Diamante – Capítulo 32 – Os Corpos de Retribuição e de Transformação são Ilusórios – Explanações do Venerável Mestre Hsüan Hua.