A Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos

“Além disso, Bodhisattvas Mahasattvas devem contemplar a verdadeira entidade de todos os fenômenos como sendo a vacuidade, sem lado de cima ou de baixo, imóveis, sem refluxo e sem rotação. Sendo como o espaço vazio, (todos os fenômenos) são sem natureza, desprovidos de língua, não vindo a ser, não deixando de ser, não emergentes, sem nome, sem uma aparência, como se na realidade não existissem, sem dimensão, sem limites, sem impedimentos e sem obstruções. Eles, os fenômenos, existem apenas em razão das causas e relações e são produtos da retribuição[1]. Portanto, digo que estar constantemente deleitando-se na contemplação de tais características dos fenômenos é chamada segunda regra de associação de um Bodhisattva. [2]” 

 


[1] No Capítulo Doze – Devadatta, a filha do Rei Dragão, demonstrando ser capaz de atingir a iluminação num instante, recita os seguintes versos: “Tendo compreendido profundamente os aspectos das ofensas e das bênçãos, pelo seu polimento através das dez direções, agora o maravilhoso e puro Corpo da Lei está completo…”.

[2] Essa segunda regra a que um Bodhisattva Mahasattva deve se associar para expor o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, consubstancia aquilo que o Buda anteriormente referiu-se como “ocupar o assento do Tathagata”, ou seja, ter a percepção de todos os fenômenos como sendo a vacuidade.

Extraído do CAP. 14: Conduta para a Prática Bem-Sucedida.

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Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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