Naquele momento o Buda disse a Shariputra: “Chega! Chega! Não há necessidade de falar mais. Se este assunto fosse falado, os seres celestiais e humanos em todos os mundos ficariam assustados e cairiam na dúvida”.
Shariputra novamente dirigiu-se ao Buda dizendo: “Honrado pelo Mundo, eu apenas rogo que nos pregue a Lei. Eu apenas rogo que nos pregue a Lei. Qual é a razão? Há incontáveis centenas de milhares de miríades de milhões de asamkhyas de seres viventes na assembléia que viram Budas no passado. Suas raízes são profundas e sua sabedoria brilhante. Ouvindo as palavras do Buda, eles serão capazes de respeitá-las e compreendê-las”.
Naquele momento, Shariputra, desejando enfatizar o significado de suas palavras, falou o seguinte na forma de versos:
“Rei da Lei, Supremamente Honrado,
fale-nos da Lei sem restrições;
rogamos-lhe que não tenhas preocupações porque,
dentro dessas ilimitadas multidões,
estão aqueles que podem respeitá-la e compreendê-la”.
O Buda novamente admoestou Shariputra: “Se este assunto fosse falado, os seres celestiais, humanos e Asuras em todos os mundos ficariam assustados e cairiam na dúvida; e aqueles Monges de arrogância desmedida cairiam numa ardilosa armadilha[1]”.
[1] Porque entre esses prevalecia a idéia de distinção das capacidades das pessoas para atingir a iluminação. Julgavam-se mais próximos do estado de Buda do que os leigos, como um “status” conferido pelas suas práticas e conhecimento das doutrinas.
Extraído de CAP. 02: MEIOS HÁBEIS

