Então Kashyapa disse num verso diante do Buda:
“Oh Grande Deus (Sagrado) do clã Gautama!
Erga-se, rogo-lhe, e fale-nos acerca do Dharma Todo-Maravilhoso!
Não recline sobre a cama como uma criança,
ou alguém que está doente.
O Treinador, o Mestre de deuses e humanos,
jaz entre as árvores sala.
Os humildes e os ignorantes
podem dizer que ele certamente entrará no Nirvana.
Eles nada sabem sobre o Vaipulya
ou o que o Buda faz.
Como cegos, eles não vêem
o repositório secreto do Tathagata.
Somente todos os Bodhisattvas e Manjushri
conhecem bem as suas profundezas,
como um bom arqueiro.
Todos os Budas das Três Existências [passado, presente e futuro]
basearam-se na Grande Compaixão.
Qual é o valor agora dessa Grande Compaixão?
Sem compaixão, não se chama Buda.
Se o Buda definitivamente entra no Nirvana,
Isto não é o eterno, oh Insuperável!
Tenha piedade de nós, responda às nossas orações,
conceda benefícios a todos os seres,
e subjugue todos os tirthikas!”
Então, o Honrado pelo Mundo, sua mente de grande compaixão acendeu (fulgurou), realizou todas as coisas que cada ser queria, de acordo [com os seus desejos], para responder às suas súplicas (orações) e conceder-lhes benefícios; levantou-se do seu leito e sentou-se de pernas cruzadas. Sua fisionomia era brilhante e suave como uma bola de ouro fundido. Sua face serena e os olhos brilhavam como a lua cheia. Sua forma era pura, sem qualquer imperfeição. Uma grande luz preencheu o firmamento. A luz era tão brilhante quanto àquela de mais de 100 mil sóis. Ela resplandeceu no leste, sul, oeste, norte, nas quatro direções intermediárias, nos mundos acima e abaixo, e sobre todas as Terras Búdicas. Ela deu aos seres a tocha da Sabedoria, iluminou a escuridão e permitiu aos 100 mil bilhões de nayutas de seres viverem na irreversível mente do Bodhi [Iluminação].
Excerto do Sutra do Nirvana, CAP. 18: Sobre Doenças Reais.
