Paramita. Alguns dizem que é tão doce quanto o abacaxi. Não apenas isso, é o mais doce dos doces. É a separação do sofrimento e a consecução do êxtase. Sempre que uma tarefa é bem realizada, as pessoas da India dizem que está “paramita”, da mesma forma que dizemos que está “concluída”. Porém, “paramita” significa mais do que “concluída”, significa que a tarefa foi perfeitamente realizada.
Paramita significa “alcançar a outra margem”. Se você pega uma ponte ou uma embarcação de São Francisco para Oakland, a sua chegada a Oakland é “paramita”. O recebimento de um certificado de promoção da escola fundamental é “paramita”. A obtenção do diploma da escola superior é “paramita”. A colação do grau de Bacharel é “paramita”. Os graus de Mestrado ou Doutorado, também são “paramita”. No presente nós estamos “nesta margem” do nascimento e da morte. Atravessando o mar do sofrimento, podemos alcançar a outra margem do Nirvana. Isto também é “paramita”.
Todas as coisas podem ser “paramitadas”. Por exemplo, uma pessoa dedica-se à prática da meditação dhyana. O dia em que essa pessoa descortinar a iluminação será o dia do paramita. A Sessão de Palestras e Cultivo do Sutra Surangama no verão de 1968 foi um outro exemplo. O dia em que ela começou foi “esta margem”. Cento e seis dias depois foi Mahaprajnaparamita. Em geral, qualquer trabalho bem realizado e feito completamente é chamado Paramita.
Agora, estamos todos estudando o Budadharma. No início é difícil compreender, e dessa forma, algumas pessoas vêm ao Salão de Palestras e não se atrevem a voltar, temendo a extrema dificuldade na prática. Necessita-se primeiro de boas raízes, e então necessita-se paciência. Aqueles que continuam a cultivar vêm a perceber que o Budadharma é a mais importante coisa no mundo. “Se eu não compreendo o Budadharma é como se eu não tivesse comido o suficiente. Eu devo ouvir os sutras e dar ouvido ao dharma. É mais delicioso que a mais fina iguaria do melhor restaurante”. Se a audição dos sutras puder ser colocada no lugar do prazer em nosso coração, então, quando se tiver ouvido atentamente todo o sutra, aquilo também é paramita.
Abacaxi “bwo lwo gwo”, e paramita “bwo lwo mi”, contêm os mesmos caracteres “bwo lwo”. “Mi” significa “doce”, e disto vem o trocadilho, doce como abacaxi.