3ª Parte
Podemos identificar três mundos onde a vida manifesta seus diferentes aspectos (SANSEKEN), a saber: das relações sociais (abrangendo as relações familiares); das relações com a natureza e; das relações da mente com o corpo. Neste sentido, as religiões, enquanto um meio-expediente para a iluminação de todas as pessoas, devem se fundamentar na rearmonização das relações do indivíduo nestes três mundos. Se não o fazem, é porque são falhas na sua ação-básica. Pior, podem ser desencaminhadoras na medida em que induzam os seus seguidores a ignorarem os dessemelhantes dentro da própria família ou no círculo social próximo; a usurparem das falhas da sociedade onde vivem; e a transgredirem a própria razão humana e a sua consciência na propalação de dogmas absurdos, nos quais nem eles acreditam. “Na sociedade em que vivemos, há muitos cujas ações diferem das suas palavras, ou seja, enquanto falam de coisas maravilhosas, agem de forma totalmente oposta. A realidade é que há casos em que, como os líderes de certas organizações, denominando-se religiosos, muitos vêm ensinando a outros, de forma irresponsável, algo que nem eles sequer conseguem colocar em prática”(12).
Ao invés do fanatismo religioso (crença cega) ou da doutrinação em massa, instrumentos comumente usados por muitos, o Budismo opta pela “abertura dos olhos” do homem como ser social e, através da sua evolução na sociedade e na vida familiar, transforma a fé num poderoso instrumento restaurador dos verdadeiros valores humanos. Os verdadeiros Budistas não se escondem dentro das facções religiosas, políticas ou ideológicas. Antes disso, apresentam-se à sociedade como um ser indagador, consciente de suas atribuições e pronto para a promoção da paz e da cultura. Fazem-no como verdadeiros Bodhisattvas da Terra, aqueles portadores e agentes do Grande Veículo. “Estes Bodhisattvas da Terra, conforme consta das escrituras, não se misturam à podridão do ambiente e não deixam penetrar o lodo e a lama e, tal como a água em que se encontra a flor de lótus, também não se separam deste lodo. Assim, imbuídos de grande benevolência, com sólida e poderosa determinação, propagam a Verdadeira Lei”(12). Observa, aliás, Nitiren Daishonin em uma das suas escrituras: “Quão mais profundo o lodo, maior o esplendor da flor de lótus”.


Oi Marcos.
Desculpe discordar mas acho que “OS BODHISATTVAS DA TERRA” misturam-se sim à podridão do ambiente mas vivem incólumes nesse meio. São SÃOS no meio de INSANOS.
A propósito o sítio da Dóra é Da hORA, belas fotos…
até mais.