O Rei Suddhodana ouviu que seu filho havia atingido a suprema sabedoria e que estava vivendo em Rajagriha, no Bosque dos Bambús. Ele tinha um grande desejo de vê-lo novamente, e enviou um mensageiro até ele, com essas palavras: “Seu pai, Rei Suddhodana, anseia por vê-lo, oh Mestre.”
Quando o mensageiro chegou ao Bosque dos Bambús, encontrou o Mestre instruindo seus discípulos.
“Há uma floresta junto à encosta de uma montanha, e aos pés da montanha, um amplo e profundo lago. Animais selvagens vivem às margens desse lago. Aparece um homem que prejudicaria esses animais, que lhes faria sofrer, que os levaria à morte. Ele fecha o bom caminho que leva para longe do lago, o caminho que é seguro para viajar, e abre um caminho traiçoeiro que termina num pântano tenebroso. Os animais agora estão em perigo; um por um, todos perecerão. Mas deixe um homem aparecer que, ao contrário, procure o bem-estar desses animais selvagens, que vise o seu conforto, sua prosperidade. Ele destruirá o caminho traiçoeiro que termina num pântano, e abrirá um caminho seguro que conduza ao pacífico topo da montanha. Então os animais não mais correrão perigo; eles prosperarão e multiplicarão. Comprendam agora o que tenho dito a vocês, oh discípulos. Como esses animais às margens do amplo e profundo lago, os homens vivem apegados aos prazeres do mundo. Aquele que lhes faria mal, que lhes faria sofrer, que os levaria à morte, é Mara, o Maligno. O pântano onde todos os seres perecem é o prazer, o desejo, a ignorância. Aquele que busca o bem-estar, o conforto, a prosperidade de todos é o Perfeito, o Santo, o Buda abençoado. Foi Eu, oh discípulos, quem abriu o caminho seguro; Eu que destruí o caminho traiçoeiro. Vocês não irão para o pântano; vocês subirão a montanha e chegarão ao seu Cume Brilhante. Tudo o que o Mestre poderia fazer por compaixão de seus discípulos e que busca o seu bem-estar, Eu tenho feito por vocês, oh meus discípulos.”
O mensageiro ouviu num transe de prazer. Então ele caiu aos pés do Mestre e disse: “Acolha-me em meio aos seus discípulos, o Bem-Aventurado.”
O Mestre estendeu suas mãos e disse: “Venha, oh Monge.”
O mensageiro levantou-se e, subitamente, suas vestes, espontaneamente, tomaram a forma e a cor de um robe monástico. Ele esqueceu tudo, e a mensagem que Suddhodana havia lhe confiado nunca foi transmitida.
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm
Boa tarde, Marcos.. como está?
Estou à procura de uma imagem que represente o caminho da iluminação de buda, não sou conhecedor à fundo do assunto mas encontrei informações sobre deuses protetores de buda neste caminho e seres que queriam atrasá-lo de tal tarefa.. como não tenho amplo conhecimento, não queria encontrar uma imagem e interpretá-la erroneamente.. até aí o meu entendimento seria de buda sentado ao pé de uma árvore com 8 deuses protetores, isto está correto? você teria disponibilidade de me auxiliar com isto? se puder entrar em contato via e-mail, desde já, muito obrigado!
Olá Matheus!
Aqui neste endereço: http://what-buddha-said.net/drops/V/Life_of_Buddha.htm
Você verá a vida ilustrada do Buda com todas as alegorias citadas.
É um dos trabalhos mais bonitos que conheço. Você vai gostar.
Grande abraço!
Marcos Ubirajara.