Se você abrigar uma visão de si próprio, você pode tornar-se irado. Sem um ‘eu’ não há ira. Em razão de o Buda não ter ira, seus quatro membros cresceram de volta. Tivesse ele se tornado irado, sua afirmação (“… Mas seu eu não tiver me tornado raivoso, então minhas mãos, pernas, orelhas e nariz se restaurarão da maneira que eram antes”) não teria sido eficaz.
Durante quinhentas vidas, eu fui o Paciente Imortal. O Buda indica que durante quinhentas vidas ele foi capaz de suportar todos os tipos de sofrimento e encarar todas as situações adversas, tudo em razão de não ter apego às quatro marcas.
Um Bodhisattva deve, ao renunciar todas as marcas, produzir o coração do Anuttara-Samyak-Sambodhi. Ele deve dar origem à Insuperável, Própria e Plena Iluminação Correta (Anuttara-Samyak-Sambodhi). Ele não deve apegar-se à persistência no domínio das seis poeiras. Ao dar origem a um coração que não está apegado a nada, experimenta-se a fusão perfeita sem obstruções de todas as coisas.
Qualquer morada do coração (isto é, se o seu coração torna-se envolvido em apegos) é nenhuma morada. Dizer que é nenhuma morada não é o mesmo que “não reside (ou persiste)” referido na frase “Ele deve produzir aquele coração que não reside (ou persiste) em lugar algum”. O que se quer dizer aqui é que qualquer coisa em que o coração possa confiar é não-verdadeira e real.
Em outras palavras, se você tem um apego, você possui uma marca do eu, dos outros, dos seres viventes e de uma vida.