A Cidadela

16/09/2018

A Cidadela

Oh ORROZ, não se escapa daquela cidadela. É um lugar sem sê-lo, é onde se promiscuem os rebaixados do mundo com suas visões distorcidas, é onde se comprimem os corpos emaciados dos injustos, iníquos, descrentes, fariseus e indolentes; tudo num mesmo lugar que não é lugar algum. Lá, todos os maus odores se misturam, não há luz, resvala-se o tempo todo no que é asqueroso. Ouve-se um borbulhar de águas ferventes subterrâneas, um sentimento de aversão ao passado nos assombra, e nada se vê além de um abismo. Não há escadas para galgar o profundo abismo, ou para descer da vacuidade das alturas alçadas pelas ilusões do Mundo Tríplice. Já estive lá! Sonha-se com a fuga daquele lugar, mas já não há um ‘eu’ que possa escapar.

Em 19/02/2014, no “O Diário de um Tolo”.

Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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