Gislene escreveu:
“No post – O Vazio Como ‘Não-É’ – Elemento – há essa parte que me inquieta: “Oh bom homem! Eu nunca brigo com o mundo. Por que não? Se o conhecimento mundano diz ‘é’, Eu digo ‘é’; se o conhecimento mundano diz ‘não-é’, Eu, também, digo ‘não-é’.” É aí que engancho porque, como assim essa aceitação?”
O Sutra diz a seguir:
O Bodhisattva Kashyapa disse ao Buda: “Oh Honrado pelo Mundo! Você, o Buda, diz que se diz ‘é’ se o conhecimento mundano disser ‘é’, e se o conhecimento mundano disser ‘não-é’, diz-se ‘não-é’. Mas, o que vem a ser ‘é’ e ‘não-é’ do conhecimento mundano?”
O Buda disse: “Oh bom homem! Isso é como quando o mundo diz: ‘A matéria é não-eterna, sofrimento, vazio, e não-Eu’, e as coisas se passam assim até a consciência. Oh bom homem! Isto é o que o conhecimento mundano diz que é um ‘é’, e Eu, também, digo que é um ‘é’. Oh bom homem! O conhecimento mundano diz que a matéria nada tem do Eterno, Êxtase, do Eu e do Puro. Assim se diz do sentimento, percepção, volição, e consciência. Oh bom homem! Isto é onde o conhecimento mundano diz ‘não-é’. Eu, também, digo ‘não-é’.”
Sutra do Nirvana, Capítulo 42 – Sobre o Bodhisattva Kashyapa 3.
O Buda diz: “É como quando…”, significando que se trata de um exemplo. Portanto, creio que essas palavras do Buda, acima, referem-se ao aspecto do ‘Zêlo pelo Dharma Maravilhoso’. Há outros 9(nove) aspectos concernentes a ‘Não Brigar com o Mundo’, e estes estão no post: “Como a Utpala – O Lótus Azul”.
No post “A Qualidade Daquele Que Indaga” lê-se: “Também, ainda há dois tipos de pessoas. Um indaga sobre o que é difícil, e o outro responde bem. Você é o tipo de pessoa que indaga bem sobre o que é difícil; o Tathagata é aquele que responde bem. Oh bom homem! Através dessas questões bem colocadas, pode ocorrer o Giro da Roda-da-Lei, a morte da grande árvore dos 12 elos da causação, a passagem das pessoas através do imenso oceano do nascimento e da morte, o bom combate contra o Rei Marapapiyas, e a derrubada do estandarte vitorioso dos Papiyas.”
Então Gislene, obrigado pela pergunta.
Respeitosamente,
Marcos Ubirajara.
