A noite veio. Ele caiu no sono, e teve cinco sonhos
Primeiro, ele se viu deitado numa grande cama que compreendia toda a terra; sob sua cabeça, havia uma almofada que era o Himalaya; sua mão direita repousava sobre o mar ocidental, sua mão esquerda sobre o mar oriental, e seus pés tocavam o mar do sul.
Então ele viu um junco saindo do seu umbigo, e o junco cresceu tão rápido que logo alcançou o céu.
Então ele viu vermes subindo suas pernas e cobrindo-lhe inteiramente.
Então ele viu pássaros voando em sua direção de todos os pontos do horizonte, e quando os pássaros se aproximaram de sua cabeça, eles pareciam ser de ouro.
Finalmente, ele se viu no sopé de uma montanha de sujeira e excrementos; ele escalou a montanha; alcançou o seu cume; desceu, e nem a sujeira nem os excrementos o haviam contaminado (maculado).
Ele despertou, e (a partir) desses sonhos ele soube que havia chegado o dia quando, tendo atingido a suprema sabedoria, ele tornar-se-ia um Buda.
Ele levantou e pôs-se a caminho da aldeia de Uruvilva, para esmolar.
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm