E os cinco monges ouviram enquanto ele falava.
“Há dois extremos a serem evitados por quem deva levar uma vida governada pela inteligência. Alguns devotam-se ao prazer; suas vidas são um ciclo constante de dissipações; buscam apenas a satisfação de seus sentidos. Tais seres são desprezíveis; sua conduta é ignóbil e fútil; é indigna de quem houvesse adquirido inteligência. Outros devotam-se à auto-mortificação; eles privam-se de todas as coisas; sua conduta é sombria e fútil; é indigna de quem houvesse adquirido inteligência. Desses dois extremos, oh monges, o Realizado permanece distante. Ele descobriu o caminho do meio, o caminho que abre os olhos e abre a mente, o caminho que conduz à quietude, à sabedoria, ao Nirvana. Esse caminho sagrado, oh monges, tem oito variantes: fé correta, intenção correta, fala correta, ação correta, vida correta, esforço correto, pensamento correto, meditação correta. Este, oh monges, é o Caminho Médio (o Nobre Caminho Óctuplo), o caminho que Eu, o Realizado, descobri; o caminho que conduz à quietude, à sabedoria, ao Nirvana.”
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm