O rei Sanjaya enviou um mensageiro ao Príncipe Visvantara; ele perdoou-lhe, e ordenou-lhe a voltar para Jayatura. Quando o príncipe aproximou-se da cidade, ele viu seu pai, sua mãe e suas crianças avançando para saudá-lo. Eram acompanhados por uma grande multidão de pessoas que tinham ouvido sobre os sofrimentos de Visvantara e da sua virtude, e que agora perdoavam e admiravam-lhe. E o rei disse ao príncipe: “Querido filho, cometi uma grande injustiça com você; saiba do meu remorso. Seja gentil comigo: esqueça meu erro! Seja gentil para com os habitantes da cidade: esqueça que eles alguma vez se enganaram com você. Nunca mais seus atos de caridade nos ofenderão.”
Visvantara sorriu e abraçou seu pai, enquanto Madri acariciava Jalin e Krishnajina, e Phusati chorava de alegria. E quando o príncipe passou através dos portões da cidade, foi aclamado em voz uníssona. Ora, Visvantara era Eu, oh Shakyas! Vocês aclamaram-me como eles certa vez aclamaram-no. Trilhem o caminho que conduz à libertação.”
O Bem-Aventurado ficou em silêncio. Os Shakyas haviam ouvido atentamente; e agora curvaram-se diante dele e retiraram-se. No entanto, nenhum deles havia pensado em oferecer-lhe sua refeição no dia seguinte.
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm