Subhuti tinha três significados: “vazio-nato”, “bem-manifesto” e “boa sorte”. Na casa de Subhuti havia cento e oito depósitos repletos das Sete Gemas Preciosas: ouro, prata, lápis-lazuli, cristal, madrepérola, pérolas vermelhas, e carnelian.
Quando Subhuti nasceu, verificou-se que os depósitos estavam completamente vazios. De um após o outro, as portas arqueadas foram abertas para revelar absolutamente nada dentro deles. “Quem roubou minhas jóias?”, gritou o pai de Subhuti alarmado. “Nós tínhamos tanta riqueza e agora estamos sem um tostão. Qual é o significado disto filho?” Ele foi a um adivinho que calculou que o desaparecimento das joias e o nascimento da criança tinham sido simultâneos, e assim seu pai chamou a criança de “vazio-nato”. Analisando o mapa-do-nascimento da criança, o adivinho declarou-o de muito boa sorte, em virtude de que a criança também foi chamada “boa sorte”. Sete dias após o nascimento de Subhuti, toda a riqueza da família reapareceu nos cento e oito depósitos. Aquilo fez o seu pai rebatizar seu filho como “bem-manifesto”. Subhuti cresceu enquanto o Buda Shakyamuni estava no mundo ensinando e transformando seres viventes, e deixou o lar sob (os cuidados do) Buda.
Subhuti levantou-se de seu assento na assembleia. Em meio aos milhares de milhões de bilhões de humanos e deuses na assembleia, Subhuti levantou-se do seu assento. Ele viu o Buda Shakyamuni lá sentado, num estado que somente poderia ser descrito como “notoriamente imóvel, completamente e eternamente brilhante”, e ele sabia que o Buda estava apresentando o dharma da sabedoria prajna. Pois em sua rotina diária – caminhar, parar, sentar e reclinar – o Buda Shakyamuni sempre ensinava a prajna da marca real, a prajna contemplativa, e a prajna literária.

O portal maravilhoso da prajna somente pode ser adentrado através da sabedoria. A sabedoria, as bênçãos e a virtude de Subhuti eram plenas, e assim ele compreendia que o Buda estava ensinando o portal do dharma da prajna da marca real. Por aquela razão ele levantou-se do seu assento na assembleia e descobriu o seu ombro direito. De acordo com o costume Indiano, descobrir o ombro direito era um gesto de supremo respeito, e os monges Chineses, honrando o costume, deixam o ombro direito desnudo em sua adaptação do robe Indiano.
Os Chineses modificaram o robe ligeiramente em outros aspectos, porém, usando tons de marrom escuro para os robes de cinco e sete peças ao invés da cor de açafrão usada pela sangha da India, Tailândia, Burma e Ceilão. Também, uma vez que o clima da China é mais frio que o da India, o monges necessitaram de vestes adicionais sob os seus robes para aquecimento. Mas sem o robe diretamente sobre a pele, eles não percebiam se o mesmo se soltara. O Patriarca do Bodhidharma projetou um fecho sobtre o ombro esquerdo para prender o robe, e o fecho tornou-se uma peça padrão do modelo do robe Chinês.
Subhuti descobriu o seu ombro direito, colocou seu joelho direito no chão, juntou as palmas das mãos reverentemente e disse ao Buda. O ritual realizado na solicitação do dharma simboliza a pureza dos Três Carmas:
- Descobrir o ombro direito e colocar o joelho direito no chão representa a pureza do carma do corpo.
- Juntar as palmas das mãos reverentemente representa a pureza do carma da mente.
- Verbalizar a solicitação indica que o carma da boca é puro.