O Buda disse: “Bom de fato, bom mesmo, Subhuti. É como você diz. O Tathagata lembra e protege todos os Bodhisattvas e faz com que sejam bem-dotados. Agora, ouça atentamente; falarei a você. Um bom homem, ou uma boa mulher, que devote seu coração ao Anuttara-Samyak-Sambodhi, assim deve levar a vida, assim deve subjugar seu coração.”
“Sim, certamente, Honrado pelo Mundo. Eu quero ouvir. Sentirei prazer em ouvir.”
Comentário:
O Buda Shakyamuni, satisfeito com o fato de que Subhuti tivesse vindo solicitar o dharma para o benefício dos seres viventes, elogiou-lhe dizendo: “Bom de fato, bom mesmo. Oh, você, Subhuti, você é realmente bom. Gosto de fato de você. Você é meu bom discípulo. É como você diz: Eu, o Tathagata, lembro e protejo todos os Bodhisattvas e faço com que sejam bem-dotados ao ensinar o portal do dharma da prajna. Você deve prestar atenção especial. Ouça bem o que lhe ensino agora. Não o deixe ser como vento em seus ouvidos. Se eu pregar o maravilhoso portal do dharma da prajna para você, e você deixá-lo entrar por um ouvido e sair pelo outro, isto será meramente um desperdício do coração e do sangue do Tathagata. Ouça bem! Um bom homem ou uma boa mulher que decida devotar seu coração ao Anuttara-Samyak-Sambodhi deve Assim residir em seu verdadeiro coração, e Assim subjugar o seu falso coração”. A passagem essencial no Sutra Diamante (Vajra Prajna Paramita) encontra-se na palavra Assim. Naquele ponto, o Buda Shakyamuni deu uma indicação que não está aparente na literatura.
O que foi que ele gostou?
Foi Assim. Naquele ponto,
a via das palavras e da linguagem é interrompida.
O lugar de trabalho do coração é extinto.
A presença de palavras na boca acaba. A deliberação condicionada da mente desaparece. Assim é “como isto”. O ensinamento sem palavras instrui-nos a sondar o dhyana e sentar em meditação. Deve-se viver Assim. Residir no lugar que é Assim. O verdadeiro coração de alguém reside naquele lugar. Deve-se subjugar os pensamentos próprios Assim. Pode-se sondar o dhyana e, usando a habilidade meditação tranquila, subjugar naturalmente o falso coração. Portanto, Assim não representa um sinal óbvio (evidente) que emerge, mas sim indica uma maneira.
“Que maneira é essa?”
É a ausência da maneira inerente na prajna sem marca, e constitui a prajna da marca real.
Subhuti compreendeu. Não somente ele compreendeu como pensou que os seres viventes do futuro também poderiam compreender, e assim ele respondeu: “Sim”.
Sua declaração afirmativa foi semelhante àquela usada certa vez por Dzeng, discípulo de Confúcio.
O Mestre disse: “Shen, meu caminho é transpassado por um.”
Dzeng respondeu: “Sim”.
O Mestre consentiu e os discípulos questionaram: “O que o Mestre disse?”
Dzeng disse: “O Caminho do Sábio é aquele da lealdade e da reciprocidade.”
Confúcio disse: “Existe um verdadeiro princípio que atravessa o meu Caminho. Esse é o meu Caminho.”
Ao que seu discípulo exclamou: “Sim!” Quando indagado sobre o que o Mestre quis dizer, Dzeng meramente respondeu: “O Caminho dos Sábios é aquele da lealdade e reciprocidade.”
Quando o Buda Shakyamuni instruiu que os seres viventes deveriam viver Assim, e deveriam subjugar seus corações Assim, Subhuti também exclamou: “Sim!”, e acrescentou, “Certamente!” por uma questão de ênfase. Então, ele reafirmou o seu desejo de ouvir o ensinamento do Buda Shakyamuni.