
Nagarjuna muito contribuiu também no desenvolvimento da doutrina das duas verdades, a qual afirma que há dois níveis da verdade ou realidade no ensinamento Budista: a realidade última (paramārtha satya), e a realidade convencional ou superficial (saṃvṛtisatya).
Ao articular essa noção, Nagarjuna baseou-se em antigas fontes no Sutra Kaccāyanagotta, que distingue o significado definitivo (nītārtha) do significado plausível (neyārtha):
Em geral, no Kaccayana, esse mundo é suportado por uma polaridade, a da existência e não-existência. Mas quando alguém olha a origem do mundo como ela realmente é, com o correto discernimento, “não-existência” com relação ao mundo não lhe ocorre. Quando alguém olha a cessação do mundo como ela realmente é, com o correto discernimento, “existência” com relação ao mundo não lhe ocorre.
Em geral, no Kaccayana, esse mundo está sob o jugo dos paradigmas, apegos, e vieses. Mas esse alguém (que olha o mundo com o correto discernimento) não se envolve com ou apega-se a esses paradigmas, apegos, fixações da consciência, vieses, ou obcecações; nem está certo sobre ‘o próprio eu’. Ele não tem incertezas ou dúvidas de que o estresse, quando surgindo, está a surgir; o estresse, quando passando, está a passar. Nisto, o seu conhecimento é independente dos outros. É nessa medida que, no Kaccayana, existe a visão correta.
“‘Todas as coisas existem’: Esse é um extremo. ‘Todas as coisas não existem’: Esse é o segundo extremo. Evitando esses dois extremos, o Tathagata ensina o Dharma do Caminho Médio”.
[Fonte: Kaccayanagotta Sutta: To Kaccayana Gotta (on Right View) – Via Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Nagarjuna%5D
Tradução livre para português brasileiro por muccamargo.