Subhuti indagou ao Buda: “Se alguém decide devotar-se ao Anuttara-Samyak-Sambodhi, como ele deve viver?” O que significa, como ele pode eternamente viver em sua verdadeira devoção? “Como ele deve subjugar o seu coração?” Como ele pode domar todos os pensamentos falsos, e vãos? Como ele pode subjugar a sua cobiça? Como ele pode domar a sua inimizade? Como ele pode conquistar a sua estupidez? Isto é o que se entende por subjugar seu coração. O mau sentimento deve ser conquistado, como se fossemos à batalha para vencer uma guerra.
“Como se conquista a cobiça, a ira e a estupidez?” Confronta-se-lhes com moralidade, concentração e sabedoria.
Cobiça, ira e estupidez são moralidade, concentração e sabedoria, e vice-versa. É uma questão de como se lhes usa. Por exemplo, pode-se usar dinheiro para comprar marijuana e ficar muito doido, ou usá-lo para ajudar alguém. Dar alívio ao sofrimento de alguém é um uso longinquamente melhor do dinheiro do que fumar marijuana egoisticamente. É o mesmo dinheiro, somente o uso difere.
Assim é com a cobiça, a ira e a estupidez; moralidade, concentração e sabedoria. Quando se compreende como usá-las, elas são moralidade, concentração e sabedoria; quando se está tão deludido a ponto de não poder fazê-las funcionar, elas são cobiça, ira e estupidez. O gelo não difere da água, e a água não difere do gelo. Assim como água é gelo e gelo é água, assim também as aflições são Bodhi e Bodhi são aflições. Bodhi e aflições não são dois. Se não se pode usá-lo, o Bodhi torna-se aflição; se pode-se usá-lo, aflições tornam-se Bodhi. Todavia,
O que é pregado é Dharma.
O que é praticado é a Via;
Ainda que você fale extremamente bem,
sem prática real, não há Via real.
Deve-se realmente ir e fazê-la. Deve-se honestamente, verdadeiramente, apoiar-se no Budadharma e cultivar.
Cultivar incansavelmente a moralidade, a concentração e a sabedoria, e deixar de lado a cobiça, a ira e a estupidez; (esses) são os meios para subjugar o coração. Quando subjuga-se o falso coração, o verdadeiro coração perdura eternamente como uma questão de disciplina. O “verdadeiro coração eternamente permanente, de natureza límpida, e substância brilhante” resulta de colocar de lado o falso coração, e que permite o verdadeiro coração manifestar-se.