Então, quando você recita sutras, se as pessoas o ridicularizam e chamam-no de supersticioso, tal ridicularização contribui para o desenvolvimento da sua conduta virtuosa. Por que as pessoas o depreciariam assim? Por que elas ridicularizam-no, olham-no de cima abaixo, e chamam-no de estúpido? Por considerar você daquela maneira, elas tornam possível que suas ofensas das vidas passadas desapareçam. Se elas não lhe ridicularizassem, suas ofensas cármicas não poderiam ser dissolvidas. Por quê? “O dharma não surge sozinho (por si). Em resposta a uma situação ele emerge”. Se você não tivesse alguém lhe ridicularizando, não haveria teste (ou prova) de seu Paramita da Paciência. Se você (ainda) pode dizer: “Você está ridicularizando-me? Isto é verdadeiramente Mahaprajnaparamita!”, e sente o sabor das palavras amargas de alguém tornar-se tão doce quanto o abacaxi (‘bwo lwo mi’, Paramita), então você pode chegar à outra margem. Então você deve agradecer-lhe: “Você é realmente meu bom e sábio conselheiro. Sua ridicularização dissolve minhas ofensas cármicas. Quando eu atingir o Estado de Buda terá sido você que me levou à travessia”. Se você pensa dessa maneira, como pode sentir raiva? Sendo naturalmente paciente diante do insulto é realizar o Paramita da Paciência.