Tunelamento é um efeito quântico que, quando compreendido, permitiu um grande avanço na física atômica e nuclear, ou física das partículas elementares. Trata-se de uma probabilidade que há de uma partícula elementar transpassar uma barreira potencial maior do que a sua energia total valendo-se da sua dualidade partícula-onda[1]. Do ponto de vista clássico isso seria impossível, mas, como de fato se comprovou acontecer, é como se a partícula desaparecesse num ponto e aparecesse em outro, daí o nome efeito túnel ou tunelamento. Na nossa história, onde o aspecto da dualidade já foi tratado de um modo bastante conservador, ou seja, referindo-se apenas aos pares opostos complementares, nesse ponto, evoca um dos princípios mais fundamentais da Filosofia Budista que é o SANTAI ou TRÊS VERDADES: Transitoriedade (partícula-matéria), Não-Substancialidade (onda), e Caminho Médio (túnel). A ciência humana levou séculos para adquirir alguma compreensão disto. Assim, o que de fato ORROZ descobriu diante daquelas escarpas intransponíveis foi o Caminho Médio, e não qualquer forma de ‘auto-superação’ ou ‘mapa da mina’. É como se sua parte pura transpassasse as barreiras potenciais de sua caminhada de volta, representadas por aquelas escarpas, mas ao sair dos túneis reacoplasse com a escória de sua existência deixada para trás ao entrar. A bifurcação da trilha a certa altura do caminho foi um artifício? Entenda como quiser entender, mas a escória é ‘El Diablo’ a segui-lo como a sombra segue o corpo. Isto não é uma história de realismo fantástico, mas é o mais fantástico realismo aplicável à vida mundana de todos os seres.
[1] Dualidade essa descrita pela equação de onda associada a uma partícula devida ao físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) proposta em 1926.