Nanda Renuncia à Realeza

O Mestre tomou Nanda pelas mãos e deixou o palácio. Mas Nanda estava pensativo; estava com medo que tivesse sido precipitado. Talvez se arrependesse amargamente pelo que tinha feito. Afinal, o que quer que fosse dito (a respeito do mundo), era prazeiroso e nobre o exercício do poder soberano. E Sundarika? “Quão bela ela é”, ele pensou; “será que a verei novamente?” E soltou um suspiro profundo.

Mas ele ainda seguia o Mestre. Estava com medo de falar-lhe. Não só temia a sua repreensão como temia o seu desprezo.

Subitamente, conforme dobraram uma esquina, ele viu uma jovem donzela se aproximando. Ela estava sorrindo. Ele reconheceu Sundarika, e baixou seus olhos.

“Onde você está indo?”, ela indagou-lhe.

Ele não respondeu. Ela voltou-se para o Mestre. “Você o está levando consigo?”

“Sim”, respondeu o Mestre.

“Mas ele voltará logo?”

Nanda queria gritar: “Sim, voltarei logo Sundarika!” Mas ele estava com medo, e sem uma palavra, com os olhos ainda abatidos, ele se foi com o Mestre.

Então Sundarika soube que Nanda estava perdido para ela, e chorou.

A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].

Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm

Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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