A noite veio. Os habitantes de Kusinagara (Kushinagar) tinham ouvido que o Mestre estava reclinado sob as duas árvores gêmeas, e foram em grandes multidões para prestar-lhe homenagem. Um velho eremita, Subhadra, apareceu e, curvando-se diante do Mestre, professou sua crença no Buda, na Lei e na Comunidade; e Subhadra foi o último dos fiéis que teve a alegria de ver o Mestre face à face.
A noite era bela. Ananda ficou sentado ao lado do Mestre. O Mestre disse:
“Talvez, Ananda, você pense: ‘Não temos mais um Mestre’. Mas você não deve pensar isto. A Lei permanece, a Lei que eu lhe ensinei; deixe que ela seja seu guia, Ananda, quando eu não estiver mais com você.”
Ele disse novamente:
“Verdadeiramente, oh Monges, tudo o que é criado deve perecer. Nunca deixem de lutar.”
Ele já não estava neste mundo. Sua face era de ouro luminoso. Seu espírito ascendeu aos reinos do êxtase. Ele entrou no Nirvana. A terra tremeu, e um trovão ecoou através dos céus.
Próximo às muralhas da cidade, ao amanhecer, os habitantes de Kusinagara construíram uma grande pilha funeral, como se fosse para um rei do mundo, e lá cremaram o corpo do Bem-Aventurado.

Veja também Kushinagar, o Parinirvana do Buda.
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm