Talvez você escolha as linhas que dizem:
Se alguém me vê na forma,
Se alguém me procura no som,
Ele pratica uma via tortuosa,
E não pode ver o Tathagata.
Esse verso encontra-se na última parte do Sutra Diamante. O próprio Buda o disse, e assim o ‘me’ refere-se ao Buda Shakyamuni. Se alguém canta uma bela canção para o Buda e o procura daquela forma, ele não pode perceber o Corpo do Dharma do Tathagata. Numa passagem anterior do sutra o Buda indagou: “Se um corpo fosse tão grande quanto o Monte Sumeru, seria grande aquele corpo?”
Subhuti primeiro respondeu que seria muito grande, e depois disse: “É dito pelo Buda não haver corpo algum; porquanto é chamado um grande corpo”. O que é corpo algum? Não é um corpo. Se não é um corpo, o que é? Se não é um corpo, como pode ele ser chamado um grande corpo? Corpo algum refere-se ao Corpo do Dharma. O Corpo do Dharma do Buda é incomparável. Se você tem um corpo tão grande quanto o Monte Sumeru, ele ainda é comparável ao Monte Sumeru. Mesmo que ele seja maior que o Monte Sumeru, ainda pode ser comparado a ele. O Corpo do Dharma está para além das comparações. É incomparável. Há apenas um, e não dois. Não há uma segunda coisa. Aquele é um grande corpo. O corpo algum é o Corpo do Dharma, não o corpo da retribuição. No ensinamento do Buda, o Corpo do Dharma é o verdadeiro Buda. Assim é dito: “Esse oferecimento é feito para o puro Corpo do Dharma: Buda Vairocana”. O Buda Vairocana permeia todos os lugares. “Para o corpo de retribuição plenamente perfeito: Buda Rocana… para os milhões de corpos de transformação: Buda Shakyamuni”. O corpo de retribuição e os corpos de transformação não são Budas verdadeiros. Somente o Corpo do Dharma é o verdadeiro Buda. Assim o sutra diz: corpo algum é chamado um grande corpo. Corpo algum é o Corpo do Dharma.