"Então, o velho deu-lhe um nome, chamando-o seu filho. O filho pobre, embora feliz com os acontecimentos, ainda se considerava um trabalhador forasteiro e subalterno. Por essa razão, por vinte anos ele permaneceu constantemente ocupado com o trabalho de varrição e coleta de estrume. Depois desse tempo, confiaram-lhe outro trabalho, e ele o assumiu sem dificuldades. Todavia, ele ainda permaneceu no mesmo lugar de antes. Honrado pelo Mundo, naquela ocasião, o velho adoeceu e soube que logo morreria. Ele disse ao filho pobre: ‘Possuo muito ouro, prata, joias e meus celeiros e armazéns estão abarrotados. Você deve saber em detalhes as quantidades e os valores a serem recebidos ou pagos. Esses são meus pensamentos, e você deve compreender o que eles significam. Qual é a razão? Agora, não há diferença entre eu e você. Você deve ser muito mais cuidadoso para que nada se perca’. Naquela ocasião, o filho pobre, tendo recebido essas instruções, encarregou-se de todos os bens, o ouro, a prata e as gemas preciosas, bem como os celeiros e os armazéns, todavia não exigindo mais que uma simples refeição para tanto. Continuou no mesmo lugar, ainda incapaz de abandonar suas ideias subalternas. Decorrido um curto tempo, o pai soube que seu filho tinha tornado-se mais calmo, que havia tomado uma grande decisão e abandonado suas ideias anteriores. Sabendo que seu próprio fim estava próximo, ele ordenou a seu filho para convocar ministros, Kshatriyas e magistrados. Quando estavam todos reunidos, ele lhes falou, dizendo: ‘Todos os senhores devem saber que este é meu filho, gerado por mim. Numa certa cidade, ele me deixou e se afastou para sofrer de desolação, pobreza e miséria por cerca de cinquenta anos. Seu nome original era tal e tal, e meu nome era tal. Há muito tempo, na minha cidade natal, eu o procurava ansiosamente. Este é realmente meu filho. Eu sou realmente seu pai. Todos os meus bens e fortuna agora pertencem a este meu filho, e tudo aquilo que é pago ou recebido é do seu conhecimento’."
Os sábios e longevos Subhuti, Mahakatyayana, Mahakashyapa e Mahamaudgalyayana ao demonstrarem a sua compreensão através de uma parábola no Capítulo IV – Fé e Compreensão.