Ao invés de investir 2 para os necessitados, deposite 10 no banco para, amanhã, tomar 20 emprestados.
Com uma parte dos 20, compre um bem incompatível com o meio onde vive, agrida seu ambiente.
Com o restante, compre grades, cães ferozes e, quem sabe, arme-se; afinal, foi tão difícil conseguir…
(Não é verdade! O dinheiro não era seu.)
Pague tudo em suaves prestações, com juros e correções.
Encha os cofres dos bancos para perpetuar esse ciclo.
Durma tranqüilo atrás das grades; pois sua batata, quer dizer, seu bolo já está assando.
Crescerá rápido e, certamente, explodirá dia desses.
Chorar-se-á muito, então…
Mas, veja:
nada era seu;
separou-se de quem amava;
uniu-se aos injustos;
julgou-se melhor que os outros;
desprezou os que nada têm;
trabalhou dia e noite, negligenciando a leitura e os estudos para a vida, só os fez pelo trabalho;
tratou como gente tantos cães, dos quais nem lembrava os nomes;
tratou como cães tanta gente a esmolar nos cruzamentos, e arrancava sempre deixando-os em meio ao pó e a fumaça do seu sucesso.
Seu sucesso era fumaça e pó. Aqueles que ficaram para trás sabem disso.
Sua vida era uma casa em chamas. Aqueles que nela habitaram sabem disso.
Seu futuro é a morte. Todos sabem.
Você tem a coragem de passar essa receita para os seus filhos?
Marcos Ubirajara,
em 30/12/2007.