“Oh bom homem! Do outro lado dessa lua-cheia, temos a meia-lua; se deste lado temos a meia-lua, do outro lado a lua-cheia é vista. As pessoas do Jambudvipa, quando vêem a lua-nova, dizem que é o primeiro dia, e têm no pensamento a idéia de um novo mês. Vendo a lua-cheia, eles dizem que é o décimo-quinto dia do mês e criam a noção de lua-cheia. Mas essa lua não tem, para dizer a verdade, nem enchimento e nem esvaziamento. Oh bom homem! O mesmo é o caso com o Tathagata. No Jambudvipa, ele manifesta-se nascendo e entrando no Nirvana. Seu primeiro aparecimento (nascimento) é o primeiro dia do mês. Todos dizem que esse menino é recém-nascido. Ele caminha sete passos. Isso é como a lua no segundo dia. Ou ele mostra-se estudando. Isto é como a lua no terceiro dia. Ele demonstra a renúncia. Isto é como a lua do oitavo dia. Ele emite a luz toda-maravilhosa da Sabedoria e subjuga um incontável número de seres e os exércitos de Mara. Isto pode ser comparado com a lua-cheia do décimo quinto dia. Ou ele manifesta os 32 sinais de perfeição e as 80 características menores de excelência. Assim ele adorna-se e manifesta-se entrando no Nirvana. Ele (o Nirvana) é como o eclipse da lua. Assim, o que cada um dos seres vê não é o mesmo. Alguns vêem a meia-lua, outros a lua-cheia, e ainda outros um eclipse. Mas essa lua, por sua natureza, não conhece crescimento (enchimento) ou eclipse. Ela é sempre Lua-Cheia. O corpo do Tathagata é assim. Por essa razão, dizemos eterno e imutável.”
Excerto do Sutra do Nirvana, CAP. 15: Sobre a Parábola da Lua.
Oi Marcos,
“A Parábola da Lua” e “A Eterna Lua-Cheia” são ensinamentos tão simples e cristalinos sobre a natureza das manifestações ao alcance de nossas consciências que parece que também sempre estiveram ao nosso alcance.
Dôra.
Olá Dôra!
Será esta a resposta: “…sempre estiveram ao nosso alcance”? Conforme ensinado em palavras tão simples, a Natureza-de-Buda dentro de nós é assim, como a lua. Mas, as nuvens, montanhas e vales dos caminhos deste mundo, a ocultam. Vez em quando, essa Sabedoria que ‘sempre esteve ao nosso alcance’ se revela assim, de uma forma pateticamente simples.
Abs!