Suddhodana regozijava com a vida que seu filho levava, embora a sua própria conduta ele julgasse com a maior severidade. Ele se esforçava para manter a sua alma serena e pura; se abstinha de cometer o mal, e cobria de presentes aqueles que fossem virtuosos. Ele nunca se entregou à indolência ou ao prazer; nunca foi queimado pelo veneno da avareza. Assim como cavalos selvagens são feitos para suportar o jugo, assim ele subjugou as suas paixões, e em virtudes ele superava seus aparentados e amigos. O conhecimento que ele adquiriu, colocou a serviço de seus companheiros, e somente estudou assuntos que eram de interesse (úteis) para todos. Ele não só buscava o bem estar do seu próprio povo, mas também desejava que todo o mundo fosse feliz. Purificava seu corpo com a água dos lagos sagrados, e purificava a sua alma com as águas sagradas da virtude. Ele nunca pronunciava uma palavra que fosse agradável, porém uma mentira; as verdades que ele falava nunca causavam ofensa ou mágoa. Ele procurou ser justo, e foi através da honestidade, e não pela força, que ele derrotou (suplantou) o orgulho de seus inimigos. Ele não atacava, nem sequer olhava com ira aqueles que mereciam a penalidade da morte; ao invés, ele dava-lhes conselhos úteis, e então a sua liberdade.
O Rei era um exemplo para todos os seus súditos, e Kapilavastu era o mais feliz e virtuoso dos reinados.
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm