Quanto a esse princípio, o Buda muitas vezes disse aos monges: “Vocês devem saber que o dharma que eu prego é como uma balsa”. A balsa é utilizada para atravessar o mar do sofrimento – do nascimento e da morte. Antes de ter escapado do (ciclo do) nascimento e da morte, você usa a balsa na cultivação. Uma vez que você tenha acabado com o (ciclo do) nascimento e da morte, você deve deixar a balsa de lado. Se você não deixa a balsa de lado, isso é apego. Se você não põe o dharma de lado, você tem um apego.
O apego aos dharmas infecta uma pessoa como uma doença. Usando o dharma que ensina a vacuidade dos dharmas como remédio, a doença pode ser curada. Uma vez curada, se a pessoa falha em compreender que ela está bem e continua a tomar o remédio, então ela desenvolve um apego sem sentido ao remédio, e que corresponde a uma outra doença. Aqueles que perceberam a vacuidade das pessoas e a vacuidade dos dharmas devem abandonar também o apego à não-existência dos dharmas.
As marcas dos dharmas devem ser deixadas de lado. Quando se acaba com o nascimento e a morte, deve-se deixar os dharmas de lado. Pessoas e dharmas são vazios. Deve-se deixar de lado até mesmo o dharma verdadeiro e apropriado, quanto mais então a não-existência dos dharmas. Deve-se abandonar todos os apegos remanescentes.