Em ‘PI e o Pé de Feijão – Episódio 2’
(*) Hum! Então, a transformação de uma entidade é proporcionada pelo meio-ambiente. Essa dosagem, esse equilíbrio na natureza seria ao acaso? Não! O desabrochar para vida parece ser dado por um único evento: causa e efeito simultâneos.
Muito bem, PI. Mas vamos chamar meio-ambiente de relações causais, e causa e efeito simultâneos de Lei do Carma. Fica melhor, você não acha?
Essa semente, por si só, não pode transformar-se, significando que ela não possui uma natureza própria, dependente que é das relações causais. Há uma passagem no Sutra do Nirvana que diz:
“Oh bom homem! Quer vejamos ou não, todas as coisas dependem das relações causais, e não pode haver qualquer conversa sobre algo que tenha sua natureza própria.
Oh bom homem! Se você diz que todas as coisas têm a sua própria natureza, e que não há relações causais, como você pode explicar os cinco grandes elementos? Esses cinco grandes elementos são nada mais que o resultado (produto) de relações causais”.
Sutra do Nirvana – Capítulo 46 – Sobre Kaundinya 2.
Vejamos, então, como as coisas se procedem:
Aquela semente é um fruto (ou produto) das relações causais do passado, quais sejam a planta, a espécie, as condições e proporções com as quais contribuíram os cinco grandes elementos. Podemos dizer, segundo a Lei do Carma, que essas relações causais do passado estão inscritas indelevelmente naquela semente, e a isso chamamos de carma passado. No presente, a depender das novas relações causais, poderá desenvolver-se uma nova planta, a qual, ao frutificar, lançará as sementes do futuro, perpetuando o ciclo do nascimento e da morte. Então, o carma passado e a causa presente constituirão o carma passado da futura semente. Essas são as condições para a transformação, à qual chamamos vida, e que é um produto das relações causais.