A Razão Última do Debate

ORROZORROZ, o mundo Saha[1] é desigual. Tudo se baseia nas discriminações. Por essa razão, há divergências a respeito de todas as coisas. O mundo Saha é tão desigual que podemos afirmar que cada indivíduo da sua espécie o vê de uma forma única. Por isso, nos critérios de avaliação da boa conduta de um humano, as relações cordiais têm peso maior. Compreende? Se isto se aplica indistintamente no universo das relações de um ser, que dirá nas restritas relações com seus pares e entes mais próximos.

Ensejar contendas, ORROZ, é como nutrir as raízes da insalubridade. E quando se o faz evocando o poder das hierarquias, torna-se o mais execrável exercício da iniquidade. Os humanos dizem que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. Mas aqui, neste Tribunal da Equanimidade, a corda arrebenta sempre no meio. O senhor compreende o que significa “arrebentar no meio”? Significa perder o Caminho Médio, onde a Justiça deveria apoiar-se. Lembra-se da ‘balança’? Significa perder a razão última do debate, que é a mediação[2].

De forma atabalhoada, entre leis e tergiversações das mesmas, o senhor assim faz com seus pares, desautoriza-os e revoga seus atos como se isso não estivesse a depor contra si mesmo e contra a instituição à qual pertence, aquele Pequeno Tribunal sobre o qual já falamos anteriormente. Foi além, ao desautorizar profissionais de reconhecida perícia médica. Mais além, pretendeu caçar raposas (seria cassar?) no quintal alheio. Desculpe-nos pela dificuldade que temos com a sua linguagem dúbia. Aqui, a escrita foi abolida há muitos séculos em prol da pureza das intenções. Compreende?

 


 

[1] Chamado Saha, este é o mundo da tolerância. Então, o que devemos cultivar aqui? Ora, a tolerância e a paciência. Assim, desarme seu espírito, despojando-o da armadura da intolerância, e vista-se com os robes do Tathagata, agindo com gentileza e paciência para com todos os seres. Se conseguir agir assim por um período de apenas 24 horas, estará apto a repeti-lo indefinidamente, e também será capaz de cultivar as virtudes da benevolência e da compaixão – em Monólogo no Exílio.

[2] A mediação é um procedimento para resolução de controvérsias, se enquadra como um dos métodos alternativos à clássica litigância no judiciário, uma ADR [1] (Alternative⁄Amicable Dispute Resolution). Consiste num terceiro imparcial (mediador) assistindo e conduzindo duas ou mais partes negociantes a identificarem os pontos de conflito e, posteriormente, desenvolverem de forma mútua propostas que ponham fim ao conflito. O mediador participa das reuniões com as partes de modo a coordenar o que for discutido, facilitando a comunicação e, em casos de impasse, intervindo de modo a auxiliar a melhor compreensão e reflexão dos assuntos e propostas, mas nunca impondo às partes uma solução ou qualquer tipo de sentença – Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre.

 

 

Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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