A lenda de ZORRO, para quem a conheceu, nos remete para uma era pré-Eisenstein, quase pré-história da assim chamada sétima arte, o cinema. Fantasticamente, aquela era persiste naquele país distante que fica a oeste daqui, que se chama “Ingratidão”, e sobre cuja história recente se desenvolve a lenda de ORROZ. Explicaremos por quê:
Naquela era pré-Eisenstein, as câmeras eram fixas, não se moviam. Movimentavam-se cenários montados em grandes estúdios, atores e coadjuvantes devidamente credenciados, constituindo cenas ilusórias, mascaradas, sem uma substância real. A história recente daquele país, na qual ORROZ veio a figurar como importante personagem transcorre assim.
Os cenários são cuidadosamente montados, os atores e coadjuvantes caprichosamente maquiados, e dessa forma as cenas obtidas após esmerada produção midiática são massivamente difundidas através de modernos meios de comunicação como se fossem reais.
Mas, perceba-se: as ‘câmeras’ estão paradas na cena e no tempo. Não mudam sequer os ângulos de suas visadas, pois os mecanismos viciados daqueles dinossauros de outrora inspiraram os modernos equipamentos eletrônicos, legando-lhes os mesmos vícios. Para fora dos estúdios, das redações e dos recintos por onde desfilam as “celebridades”, nada é como se vê. Tudo é editado e retocado. Isto é, tudo em termos, porque aquilo que não convém, seja bom ou ruim, é tratado como algo inexistente, apenas porque não convém existir.
Por essa razão, ORROZ é uma figura mítica, produto da imersão de um ser real nessa espécie de surrealismo perverso, cada vez mais distante da realidade daquele país manifesta nas escolhas do seu povo. Lá, tudo é mítico, não substancialmente real. Por detrás desse cenário esconde-se uma realidade dantesca, capaz de chocar até os mais céticos. Desta, emergem as gárgulas trajadas de branco (white-robed)[1] do poder a protegerem instituições decadentes, inúteis, podres por dentro. E como nada é como não deveria ser, ORROZ é real.
[1] White-Robed aqui com significado de “Candidatos”, que vem da palavra latina ‘candidus’, significando puro, imaculado, branco-reluzente. Na Roma antiga, os aspirantes aos altos cargos vestiriam uma toga branca sugerindo a pureza que raramente possuem.
Fonte: http://www.proz.com/kudoz/latin_to_english/linguistics/896995-white_robed.html