Aquele que prega este Sutra deve entrar no quarto do Tathagata,
vestir os robes do Tathagata,
sentar no trono do Tathagata e,
destemidamente, em assembléia,
expô-lo em detalhes.
Uma grande compaixão é o quarto do Tathagata,
gentileza e paciência são os robes do Tathagata,
o vazio de todos os Fenômenos é o trono do Tathagata.
Estabelecido nisto, aquela pessoa poderá pregar o Dharma[1].
Se, quando uma pessoa prega este Sutra,
alguém caluniá-lo com maledicências,
ou atacá-lo com espadas, bastões, cacos ou pedras,
aquela pessoa, relembrando-se do Buda,
resistirá a isso.
[1] As pessoas, para exporem este sutra, devem estar imbuídas do desejo sincero de salvar as outras pessoas (com grande piedade e compaixão), nutrir por elas um profundo respeito (tratando-as com gentileza e paciência), fazê-lo com consciência, desapego aos valores mundanos, e livre das ilusões que os mesmos representam (vacuidade de todos os fenômenos). Em sua escritura intitulada “A Origem de Urabon”, Nitiren Daishonin afirma: “Os espíritos famintos devoradores da Lei renunciam ao mundo para propagar o Budismo somente porque pensam que, se propagarem a Lei, as pessoas os respeitarão. Buscando a fama e a fortuna mundanas, gastam toda a sua presente existência tentando superar os outros em tudo. Eles não ajudam as pessoas e nem tentam salvá-las, nem mesmo os seus próprios pais. Tais indivíduos são denominados espíritos famintos devoradores da Lei, ou aqueles que usam a Lei para satisfazerem seus desejos”. Entenda-se como Lei este Sutra de Lótus, o qual ensina a natureza de Buda inerente a todas as pessoas sem distinção. Aqueles que desta Lei procuram obter benefícios pessoais e, considerando-se superiores, agem arrogantemente sem piedade ou compaixão, destroem o exato âmago deste Sutra de Lótus, podendo ser denominados “espíritos famintos e devoradores da Lei”.
Excerto do CAP. 10: Os Mestres da Lei, pág. 211.
