A Cena do Mahaparinirvana do Buda

Também, logo cedo quando o sol acabara de nascer, no sentido de prover a cremação do corpo do Tathagata, as pessoas carregaram em suas mãos dezenas de milhares de fardos de madeiras fragrantes tais como sândalo, aloés, sândalo do goirsa e madeiras celestiais que, com seus cernes e anéis anuais, fulgurassem nos maravilhosos matizes dos sete tesouros. Na queima, os vários matizes pareciam cores pintadas, verdadeiras maravilhas emanadas do poder do Buda, e que eram azul, amarelo, vermelho e branco. Eram agradáveis aos olhos de todos os seres. Toda a madeira foi cuidadosamente misturada com vários tipos de incenso como açafrão, aloés, sarjarasa, e outros. Flores tais como utpala (lótus azul), kumuda, padma (lótus vermelho) e pundarika (lótus branco) foram espalhadas como adornos. Acima de todas as madeiras fragrantes estavam pendurados estandartes das cinco cores. Eles eram leves e delicados, como véus celestiais tecidos em kauseya, ksuma e seda.

A Cena do Mahaparinirva
A Cena do Mahaparinirva
As madeiras fragrantes eram carregadas em carruagens decoradas, as quais fulguravam em cores tais como azul, amarelo, vermelho e branco. Seus varais e raios eram todos incrustados com os sete tesouros. Cada uma dessas carruagens era puxada por uma junta quádrupla de cavalos, que corriam como o vento. Na frente de cada carruagem estavam 57 estandartes de plantas ornamentais, sobre os quais estavam espalhados finos véus de ouro verdadeiro. Cada carruagem tinha 50 maravilhosos dosséis finamente decorados com grinaldas de utpala, kumuda, padma e pundarika. As pétalas dessas flores eram de puro ouro, e seus cálices feitos de diamante. Havia nas flores muitas abelhas negras, que se juntavam ali, brincavam e se divertiam, emitindo uma música maravilhosa. Aquela música falava da impermanência, da tristeza, da vacuidade e do não-Eu. Aquela música também falava sobre o que o Bodhisattva originalmente faz. Danças, cânticos, e dança de máscaras se sucediam, tocadas por instrumentos musicais tais como o “cheng”, flauta, harpa, “hsiao” e o “shã”. Da música, emergia uma voz, que dizia: “Oh, que dia aflito, dia de aflição! O mundo está vazio”! Na frente de cada carruagem estavam monges segurando bandejas decoradas com várias flores tais como utpala, kumuda, padma, pundarika, vários tipos de incensos como o de kunkuma e outros, e incensos fumegantes, todos maravilhosos. Eles carregavam vários utensílios para preparar alimentos para o Buda e a Sangha.

Excerto do Sutra do Nirvana, CAP. 01: Introdução.

Em 22/10/2008.

Indispensável a leitura de Tozan, aqui em Cristal Perfeito.

Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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