Sutra de Lótus e o Universo da Rede Cristalina. Reflexões e Tradução do Sutra de Lótus para Português do Brasil por Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo do original "The Wonderful Dharma Lotus Flower Sutra" Translated by The Buddhist Text Translation Society in USA.
A Cena do Mahaparinirvana do Buda
Também, logo cedo quando o sol acabara de nascer, no sentido de prover a cremação do corpo do Tathagata, as pessoas carregaram em suas mãos dezenas de milhares de fardos de madeiras fragrantes tais como sândalo, aloés, sândalo do goirsa e madeiras celestiais que, com seus cernes e anéis anuais, fulgurassem nos maravilhosos matizes dos sete tesouros. Na queima, os vários matizes pareciam cores pintadas, verdadeiras maravilhas emanadas do poder do Buda, e que eram azul, amarelo, vermelho e branco. Eram agradáveis aos olhos de todos os seres. Toda a madeira foi cuidadosamente misturada com vários tipos de incenso como açafrão, aloés, sarjarasa, e outros. Flores tais como utpala (lótus azul), kumuda, padma (lótus vermelho) e pundarika (lótus branco) foram espalhadas como adornos. Acima de todas as madeiras fragrantes estavam pendurados estandartes das cinco cores. Eles eram leves e delicados, como véus celestiais tecidos em kauseya, ksuma e seda.
A Cena do MahaparinirvaAs madeiras fragrantes eram carregadas em carruagens decoradas, as quais fulguravam em cores tais como azul, amarelo, vermelho e branco. Seus varais e raios eram todos incrustados com os sete tesouros. Cada uma dessas carruagens era puxada por uma junta quádrupla de cavalos, que corriam como o vento. Na frente de cada carruagem estavam 57 estandartes de plantas ornamentais, sobre os quais estavam espalhados finos véus de ouro verdadeiro. Cada carruagem tinha 50 maravilhosos dosséis finamente decorados com grinaldas de utpala, kumuda, padma e pundarika. As pétalas dessas flores eram de puro ouro, e seus cálices feitos de diamante. Havia nas flores muitas abelhas negras, que se juntavam ali, brincavam e se divertiam, emitindo uma música maravilhosa. Aquela música falava da impermanência, da tristeza, da vacuidade e do não-Eu. Aquela música também falava sobre o que o Bodhisattva originalmente faz. Danças, cânticos, e dança de máscaras se sucediam, tocadas por instrumentos musicais tais como o “cheng”, flauta, harpa, “hsiao” e o “shã”. Da música, emergia uma voz, que dizia: “Oh, que dia aflito, dia de aflição! O mundo está vazio”! Na frente de cada carruagem estavam monges segurando bandejas decoradas com várias flores tais como utpala, kumuda, padma, pundarika, vários tipos de incensos como o de kunkuma e outros, e incensos fumegantes, todos maravilhosos. Eles carregavam vários utensílios para preparar alimentos para o Buda e a Sangha.
Excerto do Sutra do Nirvana, CAP. 01: Introdução.
Em 22/10/2008.
Indispensável a leitura de Tozan, aqui em Cristal Perfeito.