Chegou a hora de levar Siddhartha ao templo dos Deuses. Por ordem do rei, as ruas da cidade e as praças públicas foram soberbamente decoradas; tambores e sinos soaram alegremente. Enquanto Mahaprajapati estava trajando-lhe em seu mais rico vestuário, a criança indagou:
“Mãe, onde está me levando?”
“Ao templo dos Deuses, meu filho”, respondeu ela. A criança sorriu e calmamente foi com ela ao encontro de seu pai.
Era uma magnífica visão. Na procissão foram Brâmanes da cidade, guerreiros e todos os mercadores-chefe. Uma multidão de guardas seguiu, e os Shakyas circundavam a carruagem que transportava o príncipe e o rei. Nas ruas o ar estava carregado (da fragrância) de incenso, flores eram espalhadas em seu caminho, e as pessoas agitavam bandeiras e flâmulas conforme eles passavam.
Chegaram ao templo. O rei tomou Siddhartha pela mão e levou-o ao salão onde se encontravam as estátuas dos Deuses. Conforme a criança atravessou a soleira, as estátuas ganharam vida, e todos os Deuses, Shiva, Skanda, Vishnu, Kuvera, Indra, Brahma, desceram de seus pedestais e prostraram-se aos seus pés. E cantaram:
“Meru, rei das montanhas, não se curva diante de um grão de trigo;
o Oceano não se curva diante de um poço de águas pluviais;
o Sol não se curva diante de um vaga-lume;
ele que terá a verdadeira sabedoria não se curva diante dos Deuses.
Como o grão de trigo, como o poço de águas pluviais,
como vaga-lume é o homem ou o Deus com orgulho obstinado;
como a montanha Meru, como o Oceano,
como o Sol é ele que terá a suprema sabedoria.
Deixe o mundo prestar-lhe homenagem,
e o mundo será libertado!”
A vida do Buda, tr. para o francês por A. Ferdinand Herold [1922], tr. para o inglês por Paul C. Blum [1927], rev. por Bruno Hare [2007], tr. para português brasileiro por Marcos U. C. Camargo [2011].
Fonte: Sacred-Texts em http://www.sacred-texts.com/bud/lob/index.htm
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