Então, ele arrumava seu assento e sentava. Encerrada a mendicância, a refeição, depois de guardar o seu robe e a tigela, e limpar os pés – após essa rotina básica ter sido atendida – o Buda então arrumava o seu assento e sentava. Isto não significa que ele empilhou almofadas ao chão e nos encostos ao redor e então relaxou-se sobre um almofadado macio como algumas pessoas fazem. Significa que ele fez um gesto ou dois – endireitou um tapete, arrumou o assento um pouco, e então sentou-se.
O Prajna da Marca Real estava expresso no cumprimento da rotina diária do Buda. Isto não quer dizer que a ênfase era colocada no cumprimento (da rotina) em si, para anunciar: “Eu cultivo!” Ao invés, se alguém compreende o dharma, tudo é cultivação. Não se trata de alguém que simula os modos de um cultivador experiente declarando: “Olhem para mim, eu sento aqui assim!”, ao passo que no próximo minuto encontra-se inquieto, contorcendo-se, e falando a mil por hora. Pessoas que cultivam a Via raramente falam. Não falam muito. Se você fizer isso, irá prejudicar o cultivo das outras pessoas tanto quanto o seu próprio cultivo. Num lugar onde a Sangha vive não se pode ouvir o som de uma simples voz. Se a conversa é necessária, esta é feita em muito baixos tons, de modo a não perturbar os outros. Pessoas que desejam empreender esforços no cultivo da Via devem estudar (a conduta de) o Buda e em cada movimento, cada gesto, evitar a obstrução dos outros.