O Sutra Diamante – Vajra Prajna Paramita

Comentário do Venerável Mestre Hsüan Hua:

O ensino do Buda Shakyamuni, tomado como um todo, divide-se em Cinco Períodos e Oito Ensinamentos. O Sutra Diamante – Vajra Prajna Paramita – pertence ao quarto período, ou ao período prajna, e entre os quatro primeiros ensinamentos, ele é o terceiro, o ensinamento específico.

O Grande Sutra Prajna que contém o que o Buda disse sobre prajna, compreende cerca de 600 volumes dos quais o Sutra Vajra (ou Sutra Diamante) é apenas um. O Prajna é importante, como pode ser visto pelo fato de que o Buda, tendo pregado prajna por um total vinte anos, declarou que os Sutras Prajna seriam disseminados por toda a terra.

O Mestre Tripitaka Hsüan Tsang, cumprindo parcialmente aquela previsão, traduziu o Grande Sutra Prajna do Sânscrito para o Chinês na Dinastia Tang, no Monastério Ta Hsing Shan, com a ajuda de mais de mil monges e mais de dois mil leigos. Ta Hsing Shan não era um lugar pequeno. Dos aposentos do Abade até o portão frontal havia uma distância de cerca de três milhas, e o monge encarregado da abertura e fechamento do portão frontal normalmente montava um cavalo para cobrir aquela distância num período de tempo razoável. Sendo tão grande, o monastério acomodou facilmente as três ou quatro mil pessoas envolvidas no trabalho de tradução.

Durante o ano em que o Grande Sutra Prajna foi traduzido, os pessegueiros floresceram seis vezes. Aquela ocorrência auspiciosa testificou a importância do Sutra Prajna. É também amplamente sabido que os espíritos das flores, relvas e árvores vieram todos para proteger a grande assembleia do Dharma Maravilhoso.

A preleção de abertura do Sutra Diamante marca o início de outra assembleia do prajna na América. Os eventos que levaram à essa assembleia começaram em 1968, quando um grupo de estudantes ansiosos de Seatle veio à Convenção Budista (Buddhist Lecture Hall) em São Francisco para participar da primeira sessão oficial de meditação de sete-dias realizada na América, diariamente das seis da manhã até as nove da noite, e embora os participantes a tenham considerado muito rigorosa, esta foi realmente muito oportuna. Sessões autênticas de dhyana começam às 3:00 da manhã e vão direto até meia-noite.

Naquela ocasião, aquelas pessoas causaram uma boa impressão em mim e estava claro que eles poderiam trabalhar dentro da disciplina do Buddhadharma. Durante aquela sessão solicitaram a explanação do Sutra Surangama. Diz-se:

Dharma não surge sozinho.

Com base nas condições ele nasce.

A Via não é praticada em vão.

Reunidas as condições, há uma resposta.

Eu atendi à sua solicitação, e durante o verão de 1968 o Sutra Surangama foi prelecionado em sua totalidade. E foi seguido pelo Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa.

Eu vim para a América para criar Grandes Mestres, futuros Patriarcas, Bodhisattvas e Budas. Após ouvirem o Sutra Surangama, vários Americanos desejaram deixar a vida familiar para, sob meus cuidados, ampliar a sua compreensão do Buddhadharma, e para o benefício de todos os outros frutos da Via que lhes seguirão, estou prelecionando o Sutra Flor do Dharma.

No aniversário do dia em que o Bodhisattva Avalokitesvara deixou a vida familiar, várias pessoas solicitaram uma explanação do Sutra Diamante. Eu condescendi e comecei a pregar o sutra em adição às preleções sobre o Sutra Flor do Dharma.

A explanação do Sutra Diamante será simplificada por omissão da discussão usual dos Sete Tipos de Títulos de Sutras e os Cinco Profundos Significados. Apenas abramos a porta e olhemos para a montanha.

O trabalho se divide em três seções:

1.      Explanação Geral do Título;

2.      O Tradutor

3.      Explanação detalhada do texto.

Original

Por muccamargo

Físico, Mestre em Tecnologia Nuclear USP/SP-Brasil, Consultor de Geoprocessamento, Estudioso do Budismo desde 1987.

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