Além disso, ele não deve praticar fazendo distinções do que sejam doutrinas superiores, medianas ou inferiores;
nem doutrinas condicionadas ou incondicionadas,
doutrinas verdadeiras ou não verdadeiras.
Ele não deve fazer distinções entre homens e mulheres;
ele não deve tentar dominar quaisquer fenômenos,
nem deverá tentar conhecê-los ou percebê-los.
Isto é o que se conhece como regra da prática do Bodhisattva.
Todos os fenômenos, quaisquer que sejam,
são vazios, não-existentes,
sem permanência,
sem nascimento ou extinção;
isto é o que se conhece como regra de associação de um Sábio[1].
É em razão da retribuição pela discriminação que os fenômenos vêm a existir ou a não existir,
que os faz parecerem reais ou irreais,
criados ou extintos.
Se, num lugar tranqüilo,
ele cultiva e depura seus pensamentos,
permanecendo em paz,
imóvel como o Monte Sumeru,
contemplando todos os fenômenos como sem existência própria,
como se fossem um espaço vazio,
sem nada rígido ou sólido,
sem nascimento, nem evolução,
imóveis, sem refluxo;
estabelecendo-se sempre no único e verdadeiro aspecto do todos os fenômenos,
esta é a chamada regra de associação.
Se um Monge, após o meu Nirvana,
submeter-se a esta regra da prática e a esta regra de associação,
quando ele pregar este Sutra,
ele não terá receio.
Quando um Bodhisattva adentra um quarto quieto,
e através de uma meditação correta contempla os fenômenos de acordo com os princípios desta doutrina,
ao despertar da concentração Dhyana ele poderá ensinar,
converter e expor este Sutra em benefício de reis,
príncipes, altos ministros,
Brahmans e outros;
pregando o Sutra com uma mente tranqüila e sem receio.
Manjushri,
a isto que se chama estabelecimento pacífico do Bodhisattva no Dharma original,
e assim ele poderá, na era futura,
pregar o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa”.
[1] Conclui-se pelo primeiro conjunto de regras para as práticas bem sucedidas, que não deve haver qualquer distinção entre os fenômenos e, portanto, não se deve procurar a Grande Lei através da análise, da classificação e individualização dos mesmos. A rigor, isto seria o que o Buda chama de “retribuição pela discriminação”.
Extraído do CAP. 14: Conduta para a Prática Bem-Sucedida.

Lindissimo e profundo.
Parabéns
Abraço
Agharti,
Fico feliz. Obrigado