Naquele momento todos os Budas que eram emanações do Buda Shakyamuni, que haviam chegado de ilimitados milhares de miríades de kotis de terras das outras direções[1], sentaram na postura de lótus nos tronos de leão sob as árvores de jóias através das oito direções. Os assistentes daqueles Budas, vendo esta grande assembléia de Bodhisattvas de três mil grandes sistemas de mundos emergindo da terra nas quatro direções e estabelecendo-se no espaço, cada um disse ao seu respectivo Buda: “Honrado pelo Mundo, de onde vieram todos esses ilimitados, incomensuráveis asamkhyas de Bodhisattvas nesta grande multidão”?
Cada um daqueles Budas então disse ao seu assistente: “Todos vocês, bons homens, aguardem apenas um momento! Há um Bodhisattva Mahasattva chamado Maitreya, a quem o Buda Shakyamuni concedeu uma profecia de que ele será o próximo Buda. Ele já indagou sobre este assunto, e o Buda está para responder-lhe. Por esta razão, todos vocês devem ouvi-lo a respeito”.
O Buda Shakyamuni então disse ao Bodhisattva Maitreya: “Excelente, excelente, Ajita, que você possa indagar o Buda sobre tão importante assunto. Todos vocês devem em pensamento único vestir a armadura da diligência e tomar uma firme resolução. O Tathagata agora deseja descortinar e proclamar a sabedoria de todos os Budas, o poder da soberania e das penetrações espirituais de todos os Budas, o poder do leão no ataque de todos os Budas, e o poder da extraordinária coragem e poderosa força de todos os Budas”.
[1] Quando no CAP. 11 – Aparecimento da Torre de Tesouro o Buda purifica as terras búdicas, ele o faz nas 8(oito) direções, que vão do estado de inferno ao estado de absorção, nomeadamente: inferno, fome, animalidade, ira, tranqüilidade, alegria, erudição e absorção. Todos esses Budas que são suas emanações, que se originam destas direções, são Budas transitórios de terras impuras. As duas direções remanescentes (Bodhisattva e Buda) apontam para o “espaço vazio” sob o mundo Saha, que tudo detém em sua essência imponderável. Esses Bodhisattvas da Terra, assim chamados, emergem do “mundo” do Buda do remoto passado através dos seus poderes transcendentais. Eles residem no estado de pureza absoluta e não poderiam ser conhecidos ou vistos pelos Budas e Bodhisattvas das 8(oito) direções, onde toda a fenomenologia é transitória e impermanente, a não ser através dos poderes do Buda do tempo sem começo.